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Voci dal Margine
Quando una società relega al margine parte del suo corpo, finisce irrimediabilmente con l'originare categorie dell'esclusione. Questo processo può delegittimare l'individuo. Il territorio fisico della città è forse il campo di azione dove queste pratiche si rendono più palesi, tanto da creare una sorta di frattura fra una collettività "normalizzata" e un'altra obbligata dalle contingenze a costruire la propria esistenza oltre il limite a cui corrisponde il perimetro occluso e quasi sempre degradato del ghetto. La letteratura ci aiuta a comprendere lo spazio e le sue ramificazioni più infelici, a descriverlo e soprattutto ad amplificarne la voce, divenendo il terzo momento di un trittico: appropriarsi dello spazio, abitarlo, raccontarlo. La letteratura e più in generale i linguaggi della cultura hanno instaurato un dialogo con il margine: da esso scaturiscono processi di riflessione, di mediazione e di consapevolezza politica. Il margine, dunque, resiste e sovverte la norma: dalla letteratura dei favelados brasiliani agli artisti di strada in Argentina; dai poeti marginali russi, portoghesi o peruviani al confine spaziale nel mito della frontiera nordamericana; dalla tensione, dalla periferia al centro dei nuovi soggetti politici in Costa d'Avorio alle pratiche di potere ed emarginazione nei confronti del femminile nel discorso giornalistico italiano.
Giacinto Scelsi
O compositor italiano Giacinto Scelsi (1905-1988) tornou-se um caso particular dentro da música contemporânea. Até a metade do século, utilizou vários sistemas composicionais, sendo que, ao final dos anos 1940, já havia composto dezenas de obras baseadas no atonalismo livre, no dodecafonismo e nos procedimentos estilísticos de Scriabin e do futurismo. No livro, o objetivo principal é deixar que o próprio compositor conte sua trajetória e sua interessante visão sobre arte, música, misticismo e todas as nuances presentes no âmbito desse agradável e misterioso universo.
A Sonata do Deus e o Diabolus
Este livro traz em seu bojo diferentes pontos de contato entre música, cinema e pensamento social brasileiro.
Tendo nascido de uma pesquisa de doutoramento em Ciências Sociais – um pouco distante de minha seara mais habitual que é a música – este texto busca por intersecções entre o pensamento musical em contraponto com diferentes conceitos da sociologia e do cinema. A ideia de que a música poderia ser uma ferramenta importante na análise dos filmes aqui abordados (Deus e o diabo na terra do Sol, Terra em transe e O dragão da maldade contra o santo guerreiro) surge como uma provocação de minha querida amiga, naquele momento orientadora, Célia Tolentino. Esta suspeita foi se confirmando e o tecido da escrita foi sendo gerado a partir de diferentes binômios, rural versus urbano, moderno versus arcaico e, trazendo um conceito muito próprio da linguagem musical, tonal versus modal.
A forma que procurei para acomodar estas ideias segue também um princípio baseado na Forma musical, sendo que optei por apresentar as análises de cada filme separadamente entrecortados por parte que denominei Contrapontos, I e II.
O conceito de contraponto me é muito caro e de fato se encaixa perfeitamente na busca de uma simultaneidade, nem sempre possível ao texto escrito, mas muito comum no texto musical, no qual várias vozes se apresentam entrelaçadas em diálogos vezes mais, vezes menos conflituosos.
Assim, a explicação para não músicos de conceitos estritamente musicais, acaba por ganhar importância. Essa abordagem traz para o campo da música a tarefa de tornar-se basilar nas análises dos filmes, juntamente com a fortuna crítica própria de cada um deles, sendo entrecortada por conceitos da história e do pensamento social brasileiro. Portanto temos um livro que transita em diferentes searas, um trabalho multidisciplinar que busca, nestes pontos de contato, ampliar o olhar e a escuta e apresentar uma possibilidade de percepção deste mundo que Glauber Rocha nos apresenta e que, quase como um oráculo, nos alerta para que tenhamos sempre a consciência à mão como guia, e que estejamos sempre atentos aos desmandos e abusos que os homens de poder cometem casa a dentro, mundo a fora.
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